“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” – II Co 13:13
A palavra bíblica para comunhão é “Koinonia”, que significa ter algo em comum. Alguns imaginam que estão em comunhão simplesmente porque frequentam os cultos da igreja, mas é possível frequentar cultos a vida inteira e ainda ser alguém desconectado.
Comunhão não é uma questão de multidão. A comunhão verdadeira acontece num grupo pequeno de pessoas – por isso somos uma igreja em célula. A comunhão também não acontece automaticamente. Ela precisa ser cultivada intencionalmente, ou seja, precisamos aprender a ter comunhão uns com os outros. Precisamos nos comprometer uns com os outros assim como estamos com Cristo.
Antes do pecado não havia problema de comunhão. A palavra de Deus diz que no princípio “um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam” (Gn 2:25). Estar nu significa estar desarmado, sem máscaras. Significa que estou aberto para a comunhão com meu irmão. O pecado não destruiu apenas a comunhão entre Deus e o homem, mas também entre homem e o homem. Assim, todos preferem ficar isolados, sem envolverem-se em nada.
Para sermos igreja nós precisamos da verdadeira comunhão. Mesmo que os ossos do corpo sejam fortes, se as juntas forem fracas o corpo não se manterá. Da mesma forma, a força de uma igreja está na unidade promovida pela comunhão. Não abrimos mão de poder, louvor, estrutura e prosperidade, mas precisamos realçar que a força da igreja está na verdadeira comunhão produzida por meio do Espírito Santo. Se retirarmos a unção não haverá comunhão, pois é o Espírito Santo quem promove a comunhão do corpo.
1. Não é um ambiente social superficial: Esse é o tipo de comunhão promovidas em clubes e não passa de um evento social. É claro que amamos fazer aquele churrasco juntos e sem dúvida apreciamos aquela partida de futebol. Fazemos isso o tempo todo na igreja, mas a verdadeira comunhão do Espírito vai muito além disso. A verdadeira comunhão implica em compromisso e aliança, pois a igreja não é um clube. A comunhão social de um clube é uma comunhão sem aliança. Trocamos de clube de acordo com a nossa conveniência ou insatisfação. Mais na aliança com o corpo pagamos o preço de sermos um no Senhor.
2. Não é uma comunhão abstrata: Apenas estar juntos não é suficiente para ter a comunhão, mas não podemos ter comunhão se não estamos juntos. Para desfrutarmos da comunhão do Espírito Santo precisamos estar juntos. Existe algo que une todos os cristão, mas a verdadeira comunhão implica em estar juntos.
1. É vida compartilhada: Não é uma questão de ter muitas pessoas, mas de ter uma só vida, uma só natureza. Nós compartilhamos da vida do mesmo Cristo, portanto comunhão é uma questão de compartilhar do mesmo tipo de vida. Esse é o motivo porque hoje podemos ter comunhão com Deus, porque possuímos a sua natureza e a sua vida. Dos ímpios podemos ser colegas, conhecidos ou ter relacionamentos superficiais, mas comunhão verdadeira só podemos ter com quem tem a mesma vida que a nossa. Nós não podemos ter comunhão com as trevas porque somos luz. Não podemos ter comunhão com aquele que não possui a vida de Deus dentro de si (2 Cor 6:14; Sl 1:1).
2. É a comunhão que Cristo teve com seus discípulos (aliança e compromisso mútuo): A comunhão de Cristo com os discípulos foi mais que ficar juntos o dia todo, consistia em ter compromisso. E compromisso é andar na luz (1 João 1:7). Por que os discípulos tinham comunhão com Jesus e os fariseus não tinham? Porque os discípulos tinham compromisso. Ter compromisso é uma condição fundamental para uma comunhão verdadeira. Muitos pensam que precisam ter compromisso apenas com Deus. Isto é um engano. Nós temos compromisso com irmãos também. Sem compromisso nossa comunhão torna-se algo superficial. Quando somos envolvidos num ambiente de compromisso temos liberdade para ser um nas cobranças.
3. É a comunhão da Igreja primitiva (comunhão de propósitos): A comunhão na igreja primitiva era acima de tudo uma comunhão de propósitos. Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos. Era uma comunhão na Palavra, no Espírito e na oração (Atos 2:42). Só há comunhão entre pessoas que possuem o mesmo propósito, a mesma visão. Podemos ter a mesma vida e a mesma natureza, mas se não temos um mesmo propósito estaremos caminhando em direções diferentes. Como caminhar junto com alguém que está indo para um destino diferente? A Palavra do Senhor diz que dois não poderão caminhar juntos se não têm o mesmo propósito (Am 3:3).
4. É a comunhão que há na Trindade: Koinonia é o cumprimento da oração de Jesus: “Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós” (Jo. 17:11), e “A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17:21). Você tem noção da unidade que há entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo? A comunhão da própria divindade? Jesus orou para que nós possamos experimentar entre nós o mesmo tipo de unidade. Precisamos buscar esta realidade. Esse é o propósito final de Deus.
Queremos ganhar essa geração e gerar milhares de filhos para o Senhor, mas nada disso acontecerá se não houver unidade entre nós. O alvo final da comunhão é nos tornarmos um. O alvo da comunhão não é só sermos supridos e abençoados pelos irmãos. O avo final da comunhão é a unidade completa de propósito e de visão.